Valoração Econômica do Meio Ambiente

Este texto tem como objetivo difundir o conhecimento da valoração econômica ambiental para contribuir com sua melhor compreensão para que seja adequadamente utilizada na tomada de decisão, na pesquisa e na gestão ambiental.

O que é a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA)?

É determinar o valor monetário dos recursos ambientais em relação aos outros bens e serviços disponíveis na economia. Governos, organizações não governamentais, empresas e famílias sempre têm que equacionar o problema de alocar um orçamento limitado frente a inúmeras opções de gastos e de investimentos ou de consumo.

Embora o uso de muitos recursos ambientais não tenha seu preço reconhecido no mercado, seu valor econômico existe na medida em que seu uso altera o nível de produção e consumo (bem-estar) da sociedade.

Não havendo mercados e com isso a inexistência de preços, as técnicas de valoração ambiental podem ser aplicadas para conferir valores monetários aos benefícios decorrentes dos recursos ambientais, de forma a impedir a supressão desses bens e serviços quando os mesmos são tratados como sem preço e por isso sem custo, contribuindo para uma ação mais eficiente dos gestores. Ao estimar o preço destes recursos, devemos verificar que o valor econômico destes recursos deriva de seus atributos que podem estar associados ao uso presente ou futuro, direto ou indireto e ao não uso através do estabelecimento de valores de existência. A determinação do preço desses bens e serviços ambientais auxilia na determinação de seu custo de oportunidade.

Externalidade:

As externalidades são definidas como efeitos colaterais não intencionais de produção e consumo que afetam positivamente ou negativamente terceiros. A externalidade surge a partir das falhas de mercado ou como resultado da falta de um mercado para alocar estes efeitos colaterais. Ela ocorre pela definição indevida ou indefinição de direitos de propriedade e responsabilidade, custos de transação ou característica de uso comum dos recursos (i.e. o ar), entre outras razões.

Diante da presença destas externalidades ambientais, nós temos uma situação oportuna para a intervenção governamental, que pode incluir diversos instrumentos, tais como: a determinação dos direitos de propriedade, o uso de normas ou padrões (i.e. leis e regulamentações), os instrumentos de mercado (i.e. Bolsa Verde), as compensações monetárias por danos, entre outros.

Ativos Ambientais

Recursos naturais como florestas e peixes comercialmente exploráveis, e atributos ambientais como qualidade do ar, são ativos valoráveis na medida em que “prestam serviços” para as pessoas.

Bens Ambientais: água, madeira, solo, peixes, minério, etc

Serviços Ambientais: regulação hídrica, formação de solo, ciclagem de nutrientes, polinização, especiação, regulação climática, decomposição, limpeza do ar, seqüestro de carbono, etc.

Passivos Ambientais: Solo degradado, poluição hídrica, contaminação do solo, etc.

Motivação para adoção de práticas de valoração de recursos ambientais.

Tanto os investidores quanto as empresas estão cada vez mais conscientes de que é necessário acessar todas as implicações do nosso capital natural - clima, água, floresta, solo, biodiversidade - porque suas cadeias de valor são influenciadas pelas limitações de recursos naturais.

A opção de uma análise de custo-benefício pode ser o caminho mais fácil em situações como esta. Nesta análise, o gestor fará a comparação entre o custo e o benefício oriundo de cada opção e assim decidir qual a melhor opção. Porém a identificação de todos os custos e benefícios e a definição dos critérios para que as alternativas sejam comparáveis nem sempre é simples, principalmente quando a análise não é subsidiada por preços identificáveis em algum mercado.

Conforme tem sido amplamente debatido, a proteção do meio ambiente é basicamente uma questão de equidade inter e intra-temporal. Quando os custos da degradação ecológica não são pagos por aqueles que a geram, estes custos são externalidades para o sistema econômico, ou seja, custos que afetam terceiros sem a devida compensação. Atividades econômicas são desse modo planejadas sem levar em conta essas externalidades ambientais e, conseqüentemente, os padrões de consumo das pessoas são forjados sem nenhuma internalização dos custos ambientais. O resultado é um padrão de apropriação do capital natural onde os benefícios são providos para alguns usuários dos recursos ambientais sem que estes compensem os custos incorridos por usuários excluídos. Além disso, as gerações futuras serão deixadas com um estoque de capital natural resultante das decisões das gerações atuais, arcando os custos que estas decisões podem implicar.

A novidade e a complexidade do tema, entretanto, induz os gestores a duas situações distintas aonde (i) o ceticismo rejeita qualquer abordagem econômica devido a uma percepção quase sempre insuficiente da teoria econômica que fundamenta estas abordagens, (ii) e a outra na qual se adotam inadequadamente técnicas de valoração com base em procedimentos estimativos intuitivos que, quando não apropriados, aumentam ainda mais o ceticismo e a rejeição aos métodos adotados.

A adoção de um método é específica a cada caso em estudo. Entretanto, conhecendo alguns princípios econômicos e a fundamentação teórica dos métodos, o analista estará em melhor posição para selecionar procedimentos estimativos

Assim, é comum na literatura desagregar o valor econômico do recurso ambiental (VERA) em valor de uso (VU) e valor de não-uso (VNU).

VERA = (VUD + VUI + VO) + VE

Valores de uso podem ser desagregados em:

Valor de Uso Direto (VUD) - quando o indivíduo se utiliza atualmente de um recurso, por exemplo, na forma de extração, visitação ou outra atividade de produção ou consumo direto.

Valor de Uso Indireto (VUI) - quando o benefício atual do recurso deriva-se das funções ecossistêmicas, como, por exemplo, a proteção do solo e a estabilidade climática decorrente da preservação das florestas.

Valor de Opção (VO) - quando o indivíduo atribui valor em usos direto e indireto que poderão ser optados em futuro próximo e cuja preservação pode ser ameaçada. Por exemplo, o benefício advindo de fármacos desenvolvidos com base em propriedades medicinais ainda não descobertas de plantas em florestas tropicais.

Valor de Existência (VE) - que está dissociado do uso (embora represente consumo ambiental) e deriva-se de uma posição moral, cultural, ética ou altruística em relação aos direitos de existência de espécies não-humanas ou preservação de outras riquezas naturais, mesmo que estas não representem uso atual ou futuro para o indivíduo. Uma expressão simples deste valor é a grande atração da opinião pública para salvamento de baleias ou sua preservação em regiões remotas do planeta, onde a maioria das pessoas nunca visitarão ou terão qualquer benefício de uso.

MÉTODOS DE VALORAÇÂO ECONOMICADOS RECURSOS AMBIENTAIS

1) Métodos da Função de Produção

Esta metodologia atribui valor ao recurso ambiental por sua contribuição como insumo ou fator de produção na produção de determinado produto negociável no mercado.

Assim, a empresa sabendo a margem de contribuição do recurso ambiental em seu produto ou serviço pode estabelecer um valor de referência para melhor gerenciar sua utilização.

1.1 -  Método da Produtividade Marginal 

1.2 - Métodos de Mercado de Bens Substitutos

a) Método do Custo de Reposição/Restauração

b) Método de Custos Defensivos ou Custos Evitado s

c) Método de Custos de Controle

d) Método do Custo de Oportunidade

2) Métodos da Função da Demanda

Os métodos de função de demanda admitem que a variação da disponibilidade do recurso ambiental altera o nível de bem-estar das pessoas e, portanto, é possível identificar as medidas de disposição a pagar (ou aceitar) das pessoas em relação a estas variações. Identificada a função de demanda para o recurso ambiental, o valor econômico de uma variação de recurso ambiental é dado pela variação do excedente do consumidor.

2.1 - Métodos de Bens Complementares

a) Método dos Preços Hedônicos (Preço Implícito)

b)  Método do Custo de Viagem 

2.2 - Método da Valoração Contingente

 

 

 

 

Economia de Água em Condomínios

Estamos desenvolvendo um novo serviço para auxiliar os condomínios e moradores a usar melhor a água, responda abaixo e colabore com o desenvolvimento de nosso serviço.